Queridas mamães, familiares...
Vou aqui postar alguns depoimentos de mães que sofreram com a depressão pós-parto.
Agradeço a todas as mamães que confiaram em mim, autorizando a postagem de seu depoimento ou mesmo deixando seu depoimento no blog...Obrigada, muito obrigada por compatilhar!!! Como disse uma delas: "Se é para ajudar...pode contar comigo!!!!"
E por experiência própria digo que, compartilhar é maravilhoso, nos faz sentir menos tristes e mais úteis.
Aconselho de coração...divida, compartilhe...as suas alegrias, tristezas, preocupações.
"Sentia uma força incrível, quando ela estava em meus braços. Uma força maior ainda, enquanto ela mamava...Eu não sentí nunca, nenhum tipo de rejeição quanto a minha filha, (porque isso pode acontecer tbm em alguns casos.)nem insegurança quanto a maternidade. Sabia que era capaz de fazer TUDO o que fosse preciso por ela. Minha filha foi DESEJADA.O que aconteceu comigo, foi que eu tinha medo.Medo de MORRER.Então passava o dia inteiro pensando que ia morrer, morrer, morrer...passei a ter crises terríveis de pânico. Minha pressão subia e eu sentia vontade de sair correndo. Sentia dores do corpo, principalmente nos ombros, acho que por causa da tensão. E nos piores momentos, tinha a CERTEZA que iria morrer. Rezava muito, e pedia muito a Deus, que me permitisse cuidar da minha filha.As crises aconteciam mais de madrugada. Muitas vezes saíamos correndo para o pronto socorro e pra variar...ninguém dava nenhum tipo de orientação.Não conseguía dormir, meu coração disparava. Achava que NUNCA iria voltar a ser a mesma de antes, alegre e feliz...Então passei a colocar minha filha para dormir comigo (e meu marido apoiava muito!) pois me sentia SEGURA com ela perto de mim. Eu dava a mão para ela e conseguia dormir sem medos...nem preocupaçãoes. Ela que cuidava de mim...rsrsrsLegal, é que eu nunca tive vergonha de falar para as pessoas a minha volta e pedia ajuda sim. Sabia que havia algo errado comigo.A oração e a fé, me ajudaram a dar os primeiros passos em busca da minha cura. Depois de alguns tratamentos homeopáticos, sem sucesso, acertei na médica e ela acertou na medicação. Um remédio seguro na amamentação e para mim, sem nenhum efeito colateral.Não tenho mais crises, pude entender o que acontecia comigo, me conhecer um pouquinho mais.Devemos estar sempre em alerta, para o que sentimos,e não ter vergonha de pedir ajuda.É possível SIM, vencer a depressão pós- parto."
"Na semana passada fiquei muito mal. Então procurei ajuda e ontem consegui uma consulta com uma psiquiatra. Ela mudou a medicação A melhora ela disse que começa em alguns dias. Por ter falado com ela já me senti um pouco mais confiante.E para me ajudar, ontem a minha princesa deu sua primeira gargalhada e fiquei pensando que não posso perder estes momentos tão únicos que não voltarão mais. Tenho me esforçado muito e muitas vezes faço coisas sem vontade mas que depois me fazem sentir melhor.Estou esperançosa, até porque com este medicamento posso continuar a amamentar. Mas são tantos os conflitos. Volto a trabalhar e já estou sofrendo por antecipação. Mas fazer o que, são milhares as mães que passam pelo mesmo dilema.É bom ver vc dizer que estes sentimentos passam, porque a sensação é a de que nunca mais serei eu mesma!É muito reconfortante poder trocar idéias com alguém que entende o que estou passando!!"
"Logo após o parto eu estava tão contente que me sentia no auge. Depois, no segundo dia, quando comecei a ter leite, murchei como uma bexiga. Sentia uma grande tristeza. Qualquer coisa me fazia chorar sem motivo."
"Eu sentia como se estivesse vivendo em um sombrio mundo de pesadelos, onde tudo irritava meus nervos e cada movimento era um esforço. Eu não acreditava que a amava, embora fingisse, e me culpava pela hipocrisia. Na verdade queria gritar: 'Levem-na daqui! Quero dormir, quero sair desta casa, quero ser eu mesma de novo.'"
"Eu sabia que não estava aguentando, sabia que estava deprimida, mas não podia me abrir com ninguém. Certamente não queria ver em meus registros médicos que perdera o controle, que um bebê tinha conseguido me derrubar. Até que um dia, sentada dentro de um ônibus vazio, pensei em deixar minha bebê ali - e já estava quase levantando para faze-lo -; então percebi que precisava de ajuda. Procurei um médico. Mas, com o blog, vc nem me imagina o meu alívio em descobrir que eu não estava sozinha ao me sentir para baixo e desesperada."
Mamães, mamães queridas!!!!
Obrigada mesmo por participar do blog e por compartilhar!!!
Beijos...com todo meu carinho e respeito!
Julien.
"O AMOR É TUDO QUE TEMOS, O ÚNICO CAMINHO PELO QUAL UM PODE AJUDAR O OUTRO."
Eurípedes
9 comentários:
Lendos os depoimentos, consigo encontrar um pouco do que vive com a minha depressão.
Ao mesmo tempo que amamos nossos bebês, tb nos sentimos sufocadas, cansadas, muito muito preocupadas, sem dúvida são muitos sentimentos que nos cercam.
Desbafar, contar, conversar é muito bom mesmo!!
E quem ainda não o faz, tente e tenho certeza que os resultados vão ser ótimos!
Que bom que vc pode compartilhar com nós esses depoimentos.
Tb estou curtindo muito a lateral direita do blog!! rsrsrs
Beijos
com amor
desejo td de muito bom para vc e sua família!
ahh e bom carnaval.rs
Jô
Nossa Ju...
Arrasou!
Gostei muito da sua idéia de colocar um pouco de todas nós neste post.
Imagina a aflição dessa mamãe que pensou em deixar seu bebe no ônibus...
E em pensar que eu achava um absurdo quando ouvia que uma mulher tinha depressão pós parto - Como?? Em um momento tão lindo?? - Ju, nunca imaginei NUNCA, que passaria por isto. Nem sequer que existia mesmo a tal deprê!
Mas acredito mesmo é na força do AMOR.
Amor próprio e amor de MÃE.
Amor do marido e dos amigos...
Amor de Deus...
Meus medos continuam...minhas preocupações...mas agora sei o que fazer: se me permite dizer - Mandar todos para aquele lugarzinho (aquele bem feinho mesmo) rsrsr e ser feliz! Pelo menos neste instante!
Beijos
Lu
Olá, gostaria de aqui deixar meu depoimento, como pai e marido.
Minha esposa, transformou-se em outra pessoa, depois do nascimento de nosso filho, seu comportamento alternava-se entre de uma pessoa hiperativa, super falante e obsessiva em relação ao bem estar de nosso pequeno; e as vezes demonstrava que estava deprimida e muito distante de nosso bebê. Por diversas vezes, parecia convencida de que não estava cuidando bem dele e que alguém apareceria para leva-ló embora.
Então começou a falar sobre pessoas que vinham em casa enquanto eu estava trabalhando e que tentavam tirá-lo dela.
Assim, telefonei para a nossa médica e ela foi muito atenciosa e ficou preocupada com os fatos. Acabou sendo muito bom conversar com alguém que compreendesse.
No dia seguinte, minha esposa foi internada e permaneceu várias semanas no hospital. Depois disso, ela tomou antidepressivos e teve ajuda psicológica por cerca de oito meses.
E estamos muito bem hoje, tudo passou. E o mais importante é que ficamos unidos e não deixamos a depressão nos vencer. Nós a vencemos!!
Não poderia deixar de participar desse blog, pois sei como é sofrido passar por uma depressão. Desejo que todos encontrem a felicidade e a cura.
Obrigado.
Cadú.
Pai de Thiago, dois anos.
Marido de Sonia, uma vencedora.
Olá!!!
Antes de mais nada, OBRIGADA pelos comentários, cada palavra de vcs faz com que o blog fique cada vez mais rico!!
Lú,
é a tal história né, sempre pensamos que acontece com o vizinho!?
E hoje sei, mais do que nunca que o AMOR nos preenche, nos dá uma paz de espírito que é única!!
Olha para a Gi, estar com ela, brincar, dar banho, alimentar, passear...isso para mim HOJE é PAZ de espírito!!!
Esses dias estava vendo ela dormir, pensei comigo mesma, ficaria horas olhando ela dormir, pois o AMOR e a Paz que sinto é única!!!
Cadú,
Obrigada!! É ótimo ter o depoimento de um pai, sei que vcs pais tb poderiam escrever um livro, pois são nossos companheiros eternos!
Ah sem dizer que com certeza tb são vencedores, pois sei que o que passam não é nada fácil!
Jô, é inacreditável como parte de nossas histórias se parecem, a depressão pós-parto coloca-nos juntos...de certa forma.
Obrigada!
Hoje a Gi faz 1 ano e cinco meses!!! E só tenho a agradecer!!! Obrigada Deus!
fiquem com Deus..
bjs
Jú.
obrigada pelo blog,estou com dpp,e estou pessima,mas me conforta ler esses depoimentos..
adriana
Olá Adriana,
Obrigada!!!!
O que precisar estou aqui, fique a vontade em participar do blog ou em até enviar um email.
Se eu, o blog podermos ajudar o mínimo possível já vai ser muito bom.
Só nós sabemos como essa dor nos sufoca....e te desejo de coração que vc melhore logo!!!!
Julien.
Minha mãe teve depressão pós parto quando nasci, há 40 anos atrás. Imagino que, naquela época, não havia uma clareza no diagnóstico e agora no auge da maturidade, percebo que a situação não deve ter sido nada fácil para nós duas. Cresci ouvindo ela relatar que se sentia muito, muito mal após meu nascimento, mas que eu era muito querida e que tentava cuidar de mim apesar do grande desânimo e tristeza que a abatia. Acho que minha bisavó a ajudou, pois morava ao lado e eram muito próximas, uma bisavó muito amada que deve ter me mostrado que a vida valia a pena...Minha mãe diz que não peguei seu peito. Hoje percebo que naqueles dias ela não teve condições emocionais para me amamentar. Eu já tinha uma irmãzinha de 3 anos, e felizmente, qdo ela nasceu as condições da nossa mãe eram favoráveis e a experiência da amamentação havia sido adequada. Dizem que fui uma bebê muito séria, mas que sorria com as graças da minha irmã. Fui uma criança muito apegada ao meu pai. Não gostava de comer. Mas gostava de viver e sempre, sempre amei muito a minha mãe. Ela só foi se tratar quando eu já estava maior, fez terapia por alguns anos. Ela se fortaleceu. Tenho o maior orgulho dela. Sei também que ela se orgulha de mim. Sempre foi uma ótima mãe, na medida certa, até preocupada demais. Ela se tornou uma super avó e pode me ajudar muito qdo meus filhos nasceram. Eu não tive o mesmo problema, mas acho que se dedicou tanto aos netos para compensar o que não conseguiu fazer por mim naquela fase. Ela me deu a segurança que eu precisava na hora em que me tornei mãe. Talvez qdo cheguei ao mundo eu tenha me sentido tão perdida e solitária qto minha mãe. Mas sinto que se houve alguma sequela, o amor dos meus familiares me ensinou a superá-la, a ser mais forte e por isso cresci saudável. Eu e minha mãe somos grandes companheiras, temos uma boa relação. Herdei dela a boa vontade em superar os problemas, o bom-humor e a alegria pela vida.
Tenho DPP. A minha ansiedade durante a noite não me deixa dormir. Olho para o meu filho e sinto uma emoção tão intensa que me aterroriza. É aquela mistura de beleza e inocência que me assusta. É tudo demais. Ele é lindo demais para a vida e para o mundo. Temo por ele. Imagino horrores sem fim, em loop na minha cabeça. Tremo de impotência e pânico. Quero protegê-lo e não posso. Não o posso proteger do mal e não o consigo proteger da minha própria exaustão. Sinto-me duplamente culpada e arrependida. Como pude eu, tão imperfeita, ter a presunção de que poderia ser mãe? Ter a responsabilidade de cuidar? Não consigo. O cansaço vence-me sempre. Quero só desaparecer. Ou que ele desapareça. Porque ele me domina, mas não totalmente, daí a culpa. Ser mãe é ser massacrada e rejubilar de amor. Eu quero distância dele. Preciso desse espaço. Não sou mãe. Não sei proteger. Ele exige de mim muito mais do que eu consigo dar. Ele precisa de mim sem fim. E precisar assim também é demais. É uma agressão, é uma violência a que me submeto sem revolta, só culpa. Não há experiência mais contraditória e não há dor mais solitária. Estar com outras mães é auto-flagelação. Fico petrificada, a sorrir para elas e para os seus bebés, a tentar disfarçar a náusea. Elas dizem "o meu filho" e eu fico-me pela estranheza das palavras. Não sei sentir nem dizer "o meu filho".
Tenho DPP. A minha ansiedade durante a noite não me deixa dormir. Olho para o meu filho e sinto uma emoção tão intensa que me aterroriza. É aquela mistura de beleza e inocência que me assusta. É tudo demais. Ele é lindo demais para a vida e para o mundo. Temo por ele. Imagino horrores sem fim, em loop na minha cabeça. Tremo de impotência e pânico. Quero protegê-lo e não posso. Não o posso proteger do mal e não o consigo proteger da minha própria exaustão. Sinto-me duplamente culpada e arrependida. Como pude eu, tão imperfeita, ter a presunção de que poderia ser mãe? Ter a responsabilidade de cuidar? Não consigo. O cansaço vence-me sempre. Quero só desaparecer. Ou que ele desapareça. Porque ele me domina, mas não totalmente, daí a culpa. Ser mãe é ser massacrada e rejubilar de amor. Eu quero distância dele. Preciso desse espaço. Não sou mãe. Não sei proteger. Ele exige de mim muito mais do que eu consigo dar. Ele precisa de mim sem fim. E precisar assim também é demais. É uma agressão, é uma violência a que me submeto sem revolta, só culpa. Não há experiência mais contraditória e não há dor mais solitária. Estar com outras mães é auto-flagelação. Fico petrificada, a sorrir para elas e para os seus bebés, a tentar disfarçar a náusea. Elas dizem "o meu filho" e eu fico-me pela estranheza das palavras. Não sei sentir nem dizer "o meu filho".
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